Pesquisadores
de Harvard concluíram que passar a consumir uma xícara a mais da bebida todos
os dias é suficiente para ajudar a prevenir a doença
Uma
pesquisa feita na Faculdade de Saúde Pública de Harvard, nos Estados Unidos,
sugere que aumentar a ingestão diária de café ajuda a reduzir o risco de
diabetes tipo 2. Por outro lado, reduzir esse consumo parece elevar essa
chance.
O diabetes tipo 2 acontece quando o organismo de uma pessoa se
torna resistente à ação da insulina, hormônio responsável por controlar a
quantidade de glicose no sangue. A doença pode surgir devido a fatores
genéticos ou ambientais – incluindo obesidade, sedentarismo e má alimentação.
Um levantamento divulgado nesta semana pelo Ministério da Saúde mostrou que o
número de brasileiros com diabetes aumentou nos últimos cinco anos – de 5,5% da
população em 2006 para 6,9% em 2013.
A nova pesquisa, publicada na última edição do periódico Diabetologia, examinou dados coletados ao longo de
vinte anos de cerca de 100 000 pessoas. Os autores do estudo analisaram a
relação entre consumo de café e o risco de diabetes.
A equipe concluiu que as pessoas que, durante esse tempo,
passaram a beber no mínimo uma xícara de café a mais todos os dias tiveram um
risco 11% menor de ter diabetes tipo 2 do que aquelas que não alteraram o
consumo da bebida. Por outro lado, a chance da doença foi 17% maior entre os indivíduos
que passaram a ingerir uma xícara de café a menos no dia.
O estudo não levou em consideração, porém, quantas xícaras de
café as pessoas bebiam antes de alterar o consumo — apenas observou os efeitos
do aumento ou redução da quantidade ingerida, independentemente do total de
café que passaram a beber diariamente.
A pesquisa também indicou que, entre as pessoas que não mudaram
o consumo da bebida, aquelas que bebiam mais café — ou seja, três xícaras ou
mais ao dia — tiveram um risco 37% de apresentar a doença do que as que
ingeriam menos – ou seja, uma xícara ou menos por dia, em média.
Segundo os autores, evidências
sugerem que esse efeito do café não se deve à cafeína, mas sim a outros
compostos presentes na bebida. “O café tem muitos antioxidantes e outros
componentes importantes no metabolismo da glicose. E esse mesmo efeito foi
observado em café descafeinado por estudos anteriores”, diz
Shilpa Bhupathiraju, pesquisadora da Universidade Harvard e coordenadora da
pesquisa.
Fonte: http://veja.abril.com.br/